Inúmeros estudos científicos comprovam que a cirurgia bariátrica é uma das formas mais eficazes de emagrecimento em obesos mórbidos, pois promove uma grande e duradoura perda de peso, reduzindo as taxas de mortalidade e resolvendo, ou minimizando, uma série de doenças associadas à obesidade grave. No entanto, somente a cirurgia não é garantia de perda e manutenção do peso. Por isso, o grande questionamento para a maioria dos candidatos à cirurgia é: Afinal, o que faz a cirurgia bariátrica ter resultados ou não?
Segundo o cirurgião do aparelho digestivo Paulo Nassif, não há uma única resposta definitiva, mas alguns elementos que colaboram para que o procedimento tenha bons e duradouros resultados, como por exemplo: indicação criteriosa; avaliação e acompanhamento multiprofissional; e participação ativa do paciente no tratamento.
“Uma cirurgia de sucesso, começa na avaliação pré-operatória, permitindo que conheçamos todo o histórico do paciente e que ele entenda o tratamento e as mudanças que precisará fazer em sua vida, para vencer a obesidade.” – afirma o cirurgião.
Antes de decidir-se pela cirurgia o paciente obeso precisa passar por uma criteriosa e completa avaliação em consulta com uma equipe multiprofissional que solicitará os exames necessários para a compreensão do quadro de saúde geral desse indivíduo e, em conjunto, esses profissionais decidirão qual o tipo de tratamento é mais indicado: clínico ou cirúrgico.
Além da observação específica de cada caso, essa decisão também deve estar baseada nos critérios pré-estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina que determinam que são candidatos à cirurgia: Pacientes com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 40 kg/m2; Pacientes com IMC maior que 35 kg/m2 e afetados por doenças agravadas pela obesidade, que melhoram quando a mesma é tratada de forma eficaz, tais como diabetes tipo 2, apneia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doença coronariana, osteoartrites e outras, com tratamento clínico prévio insatisfatório de, pelo menos, dois anos.
Além de cumprir com todas essas etapas, há outros fatores, muito importantes a se considerar antes da realização da cirurgia são: a escolha de profissionais capacitados para esse tipo de procedimento; e a estrutura hospitalar que, de acordo com resolução do Ministério da Saúde, precisa apresentar condições adequadas para atender pacientes portadores de obesidade mórbida, possuir UTI com equipamentos próprios para procedimentos de tal complexidade.
“Mesmo parecendo um processo extenso, para uma cirurgia com menores riscos, é muito importante vivenciar cada uma dessas fases. Esse processo também permitirá que, ao operar, o paciente esteja consciente do tratamento, de suas implicações e principalmente de que o resultado está amplamente ligado às mudanças de vida que precisam acontecer após a cirurgia, com alimentação equilibrada e prática de atividades físicas, além de acompanhamento profissional para um emagrecimento saudável”, conclui o cirurgião.