O novo coronavírus tem propagação imprevisível e de difícil controle, por conta disso, tem sido um desafio para os pesquisadores desde seu aparecimento no final de 2019, na China, que culminou na atual pandemia. De lá para cá, o vírus tem sido “dissecado” dia a dia até que se encontre a vacina para a cura da doença causada por ele, a Covid-19.
Por isso, quase que diariamente novos termos e estudos têm sido divulgados na imprensa. As mais recentes divulgações são em relação aos conceitos de “assintomático” e “pré-sintomático”, que têm sido cada vez mais utilizados com o intuito de esclarecer as formas de transmissão da doença. Os dois conceitos foram publicados num recente estudo, no qual os pesquisadores sugerem que 40% dos transmissores da Covid-19 são assintomáticos e pré-sintomáticos.
Segundo especialistas, no caso de uma disseminação assintomática do novo coronavírus, a pessoa, mesmo infectada, não possui sintomas como febre alta, perda de olfato etc. Já a disseminação pré-sintomática ocorre quando o indivíduo está com o vírus, mas ele só não teve tempo de atingir os órgãos e causar estragos.
O risco dessas condições para a sociedade é o fato de que os indivíduos se tornam transmissores potenciais do vírus da Covid-19, mesmo não apresentando sintomas. Ou seja, de acordo com especialistas, essas pessoas acabam transmitindo a doença em menor comparação com aquelas que estão com os sintomas mais aparentes como tosse e febre alta.
Uma reportagem recente da revista Veja sobre o tema apresentou um estudo publicado no periódico Nature Medicine no qual houve o acompanhamento da cadeia de transmissão de 94 pacientes com Covid-19. A pesquisa revelou que 44% das infecções secundárias ocorreram antes mesmo da pessoa infectada tossir ou espirrar. Ainda de acordo com a divulgação, a partir desses resultados passa a ser necessário e urgente rever as medidas de prevenção à doença: “Medidas de controle devem ser ajustadas para considerar prováveis transmissões pré-sintomáticas”.
Diante desse cenário, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta para o fato de que há indivíduos (em condições assintomáticas ou pré-sintomática) que são transmissores do coronavírus circulando nos mais variados ambientes e isso deve ser levado em consideração pelos governos em seu plano de prevenção à doença e controle da pandemia.
Justamente por ser um vírus com comportamento sendo investigado, as autoridades de saúde alertam para que haja reforço na conscientização popular sobre a importância do isolamento e distanciamento social, do uso de máscaras e de práticas de higienização (especialmente das mãos – com o uso do álcool gel ou lavagem com água e sabão). Especialistas reforçam ainda que esses hábitos contribuem para estabilizar o quadro de infectados, reduzindo o número de contaminados e de óbitos, tornando possível analisar mais profundamente o movimento do novo coronavírus e o desenvolvimento de uma vacina para combatê-lo.