Para muitas mulheres, a pílula anticoncepcional e a reposição hormonal são sinônimos de conforto e qualidade de vida, mas, ao mesmo tempo, o uso desses métodos gera dúvidas em relação ao risco de desenvolver o câncer de mama.
De acordo com recente reportagem do site Oncoguia*, essa relação entre as pílulas anticoncepcionais e a incidência de câncer de mama perdeu força nos últimos anos com a diminuição da quantidade de hormônios presente no medicamento. No texto, especialistas apresentam uma recente pesquisa feita na Universidade de Copenhague, na Dinamarca, a qual indica que essa preocupação deve ser mantida, pois há um perigo real para mulheres que usam o método contraceptivo há mais de cinco anos.
Na reportagem, o site Oncoguia esclarece que o estudo, publicado no fim de 2017, envolveu cerca de 1,8 milhão de mulheres dinamarquesas entre 15 e 49 anos de idade. Excluiu-se aquelas com histórico de câncer ou tromboembolismo venoso e as que receberam tratamento para a infertilidade. A pesquisa concluiu que as voluntárias que usavam pílula tinham chance 20% maior de desenvolver a doença quando comparadas a mulheres que não tomavam os comprimidos – embora o risco tenha aumentado também com a idade e variado de acordo com a formulação dos remédios.
Não houve aumento de risco para quem ingeria o contraceptivo há menos de cinco anos. O risco foi maior em quem usava o anticoncepcional há mais de dez anos e estava acima dos 40. Além do remédio, o dispositivo intrauterino (DIU) com progesterona também foi vinculado a riscos.
Mesmo diante desses dados, os próprios autores do estudo reforçam que os métodos contraceptivos citados possuem pequena culpa no surgimento do câncer de mama, por isso, não há motivo para pânico – vale apenas avaliar se no seu caso, a pílula traz mais riscos do que benefícios.
Outro estudo apresentado na reportagem do site Oncoguia foi realizado no Reino Unido e publicado no periódico American Journal of Obstetrics and Gynaecology em 2017, revelando que os tratamentos com anticoncepcionais e reposição hormonal não podem ser vistos apenas como vilões. A análise observou que o uso de anticoncepcional hormonal oral (pílula) reduziu o risco de câncer de ovário em 33%, do câncer de endométrio em 34% e do câncer de intestino (colorretal) em 19%. A pesquisa envolveu mais de 46 mil mulheres foram acompanhadas por 44 anos.
Muitos estudos ainda estão sendo realizados, mas a real arma para prevenir e combater o câncer de mama continua sendo a tríade: informação, prevenção e diagnóstico precoce. As mulheres precisam conhecer seu corpo, seu histórico familiar e manter hábitos saudáveis em todas as idades.
(*Fonte: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/estu(do-existe-relacao-entre-anticoncepcional-e-cancer-de-mama/11576/7/)