Saiba mais sobre as diferenças entre as vacinas da Covid-19

A vacinação contra a Covid-19 já está ocorrendo em todo o país desde janeiro deste ano, após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Foram validadas pelo órgão aprovou o uso de 4 vacinas no território brasileiro: a CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen, que já estão sendo aplicadas pelo Programa Nacional de Imunização. Todas elas têm eficácia comprovada, mas existem diferenças na forma de produção e aplicação, como o intervalo entre as doses, por exemplo. Separamos abaixo informações relevantes para você entender as especificações de cada uma das vacinas:

  • CoronaVac: desenvolvida a partir do vírus inativado (morto) da Covid-19. Ao entrar no organismo, gera uma resposta imunológica. É a forma mais comum de produzir vacina. A CoronaVac requer aplicação de duas doses, com intervalo entre 14 e 28 dias. Se ocorrer atraso, a recomendação do Ministério da Saúde é para aplicação mesmo após quatro semanas. Em relação a eficácia, segundo o Instituto Butantan, no quadro geral ficou em 50,38%. A prevenção em casos leves é de 78% e, para casos moderados e graves, 100%.
  • Oxford/AstraZeneca: segundo especialistas essa vacina possui o vírus “vivo”, mas não é o coronavírus, é o adenovirus não replicante, presente em chimpanzés. Apesar de “vivo”, ele é inofensivo, pois não tem o poder de se multiplicar. A vacina exige duas doses com intervalo de 12 semanas e reduz em 67% a transmissão. Tem eficácia de 76% entre os 22º e 90º dia da aplicação. E de 82,4% após a aplicação da segunda dose.
  • Pfizer/BioNtech: Aqui não há utilização de vírus, mas sim de uma molécula chamada RNA, que leva uma “mensagem” até as células contendo todas as informações genéticas do vírus. De acordo com especialistas, é uma espécie de “manual de instruções” que “ensina” as células a criar uma defesa contra o vírus. Por ter essa função, ela é denominada de RNA mensageiro. É a técnica mais moderna da atualidade. A vacina também utiliza duas doses para imunização e a bula indica intervalo de 21 dias, mas o Ministério da Saúde recomendou 12 semanas. Em relação à eficácia, dados recentes revelaram que entre 16 e 44 anos, previne a infecção em 96,1% dos casos e 100% nas mortes. Acima dos 85 anos, protege contra a infecção em 94,1% dos casos, contra hospitalização em 96,9% e, contra morte, em 97%.
  • Janssen/Johnson & Johnson: essa vacina é o único imunizante no mundo contra a Covid-19 que garante imunização com apenas uma dose. Ela é baseada na tecnologia do vetor viral não replicante, semelhante à utilizada na vacina de Oxford/AstraZeneca e usa um adenovírus (tipo de vírus que causa resfriado comum) que, modificados geneticamente, não se replicam e não causam resfriado. Na produção dessa vacina, utiliza-se um pedaço da proteína “S” do Sars-CoV-2, presente nas espículas responsáveis pela ligação do vírus às células do corpo humano, é colocado dentro do adenovírus (que é o vetor, ou transportador, desse material genético). A vacina da Janssen recebeu autorização de uso no país pela Anvisa no dia 31 de janeiro e foi comprada pelo Ministério da Saúde no mês de março. A previsão é que ela possa atender à demanda emergencial de imunização em todo o território nacional ainda neste semestre.