Sequelas da Covid-19

Desde o ano passado, a Covid-19 tem assombrado a todos e promovido a mudança nos hábitos do cotidiano: o uso de máscara, lavagem mais frequente das mãos e uso de álcool gel, juntamente com o isolamento social. Essa alteração no comportamento das pessoas visa a proteção individual e coletiva contra uma doença que revela dia a dia números assustadores. No Brasil são mais de 15,1 milhões de casos, com 439 mil mortes e 14 mil recuperados.

A Covid-19 ainda é um enigma para os pesquisadores. O que se sabe até agora é que a doença trouxe uma grande quantidade de possíveis sintomas, que desde o início da pandemia aumentou de forma considerável. De acordo com especialistas, as diversas reações no organismo causadas pelo novo coronavírus precisam ser observadas não apenas durante o período de contaminação, mas também após a cura efetiva.

Atualmente, cientistas e especialistas da área médica do mundo investigam os possíveis efeitos do coronavírus em pacientes curados. São as chamadas “sequelas da Covid-19”, que, já aparecem em resultados de estudos preliminares ao redor do globo. Confira algumas delas:

  • Complicações cardíacas: Segundo especialistas, o SARS-CoV-2 pode acometer sim o músculo cardíaco, causando sequelas em qualquer pessoa, inclusive jovens. Por isso, é preciso se cuidar para não pegar a doença. Os profissionais da saúde são unânimes em destacar que não há um perfil de paciente específico que possa ser afetado pelas consequências da doença.
  • Redução da capacidade pulmonar: Por se alocar diretamente no pulmão, as complicações que a Covid-19 pode causar ao órgão também são alvo de pesquisas científicas. Pesquisadores de Hong Kong relataram no início da pandemia que pacientes internados com a doença apresentaram redução de 20% a 30% da função pulmonar. Infectologistas esclarecem também que o tabagismo, neste caso, é potencializador da doença. Além disso, segundo os médicos, pessoas que possuem Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) por tabagismo podem ter uma evolução pior do quadro de saúde, assim como pacientes com outras doenças pulmonares estruturais.
  • Função cognitiva afetada: Perda de concentração, memória e desorientação são alguns dos danos na função cognitiva provocados pela Covid-19. D acordo com médicos esse quadro pode aparecer mesmo em pacientes sem nenhum problema de saúde prévio. No entanto, na grande maioria das vezes, ocorre uma recuperação posterior e o paciente passa a ter vida normal.
  • AVC e trombose: Os riscos de trombose envolvendo pacientes infectados pelo coronavírus foram relatados no Brasil. Um fator de risco que pode causar fenômenos trombóticos é a obesidade. De acordo com especialistas, o vírus provoca anormalidades na coagulação sanguínea. Segundo médicos, quando o vírus forma coágulos, esses entopem os vasos e as complicações decorrentes disso são o AVC, infarto, tromboembolismo pulmonar e trombose inferior. A preocupação dos médicos é que o mecanismo que causa a formação desses coágulos ainda não é conhecido.
  • Diabetes: Em novembro do ano passado, um estudo publicado na revista científica Diabetes, Obesity and Metabolism revelou que a infecção pelo coronavírus pode causar uma alteração drástica na taxa de glicemia. Os cientistas acreditam que o patogênico possui a capacidade de provocar alterações nas células sanguíneas, fazendo com que pessoas de diferentes perfis possam desenvolver diabetes.
  • Ansiedade: Estudos realizados no Brasil vêm observando o aumento de complicações envolvendo a saúde mental em pacientes curados da COVID-19. Segundo os pesquisadores, o distúrbio de ansiedade pode ser consequência do período de internação e isolamento durante a infecção. Outro fator relatado pelos participantes do estudo é o medo de se contaminar novamente, assim como o receio de transmitir a doença para outras pessoas.
  • Parosmia (alteração do olfato): Além de ser um sintoma conhecido da COVID-19, segundo especialistas, em alguns casos, esse problema pode durar até mesmo após a recuperação da doença. O quadro pode ser temporário ou até permanente, pois ocorre uma desconexão entre os receptores dos cheiros e o cérebro.
  • Inflamação no fígado: Apesar de existirem poucas evidências sobre o tópico, alguns profissionais de saúde apontaram que o surgimento de lesões no fígado, como a inflamação do órgão, também pode ser consequência da COVID-19.
  • Doenças de pele: Especialistas comentam que pacientes recuperados da Covid-19 relataram o aparecimento de manchas, bolinhas vermelhas espalhadas pelo corpo, ressecamento, alteração na textura da pele (mais áspera) e coceira. De acordo com os profissionais, esses quadros são normais quando se trata de lidar com infecções virais, como é o caso do coronavírus. Estudos indicam que a pele pode estar acometida em até 20% dos casos. A recomendação para cada situação é buscar auxílio de um dermatologista ao menor sinal de alteração na pele.
  • Perda de cabelo: O número de relatos sobre a queda de cabelo aumentou consideravelmente durante a pandemia. Além dos fatores psicológicos que podem justificar esse quadro, como o estresse e a ansiedade gerados pela quarentena, a perda dos fios também pode ser consequência das alterações do organismo após a infecção pelo vírus.