Ansiedade tem relação com Alzheimer?

Ansiedade tem relação com Alzheimer?

Provavelmente sim. Sem conseguir identificar o principal fator que serve de gatilho para o Alzheimer, surgem diversas pesquisas científicas para tentar compreender o que gera a doença. Nesse sentido, crescem hipóteses de que ela possa ser desencadeada por outras condições mentais, como a ansiedade, o estresse e o cansaço.

Um estudo publicado no The American Journal of Psychiatry, realizado com 270 idosos, descobriu que o aumento dos sintomas de ansiedade pode, de fato, ser um sintoma precoce da doença de Alzheimer. Apesar disso, os próprios pesquisadores indicam que ainda são necessários mais pesquisas para identificar o real elo entre Alzheimer e ansiedade.

Estresse e Alzheimer também estão interligados. Uma pesquisa publicada na revista Neurobiology of Stress indica que o estresse está criticamente envolvido no desenvolvimento e progressão da doença. De acordo com a pesquisa, existiria um “ciclo vicioso do estresse”, em que ele estimularia o Alzheimer e a doença estimularia o estresse num ciclo ininterrupto.

Outra pesquisa foi além e constatou que ansiedade, estresse e cansaço podem aumentar em até 40% o risco das pessoas desenvolverem doenças neurológicas, como o Alzheimer. O estudo realizado pela Universidade de Copenhague analisou o progresso da doença de quase 7 mil pessoas.

Um novo estudo, realizado por pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital em Boston, nos Estados Unidos, pode ter encontrado uma relação direta entre altos níveis de ansiedade e a aparição de Alzheimer em pessoas com idade avançada.

Até então, pesquisas anteriores haviam apontado depressão e outros sintomas neuropsiquiátricos como possíveis sinais precoces de Alzheimer em sua fase pré-clínica, quando há um acúmulo maior de proteína beta amiloide no cérebro de pacientes. Esse estágio da doença pode acontecer até uma década antes dos efeitos próprios da demência começarem a aparecer.