Feridas e úlceras nas pernas e seus tratamentos

Feridas e úlceras nas pernas e seus tratamentos

O tema não é muito discutido, mas é uma realidade incômoda que está presente na vida de muitas pessoas. Estamos falando das úlceras e feridas de membros inferiores. Este problema afeta milhares de pessoas em todo o mundo, por isso, é preciso falar sobre o assunto.

“Existe uma variedade de úlceras de membros inferiores, dentre elas, a insuficiência arterial e a venosa, e mesmo a ferida ocasionada por uma associação destas duas doenças”, explica a Dra. Fernanda Reis Gomes, cirurgiã vascular do Hospital da Nações.

Segundo a médica, o tratamento de casos de úlcera e feridas de membros inferiores dependerá da causa inerente a ela, pois isso impactará na cicatrização. “Doenças arteriais requerem tratamento endovascular ou cirúrgico; Úlceras venosas requerem tratamento cirúrgico do sistema venoso, seja tratamento com laser, radiofrequência ou convencional. Há situações especiais que podem ser tratadas com a aplicação de espuma”, explica.

Caracterização do estágio da úlcera

Dra. Fernanda esclarece que úlceras infectadas ou necrosadas, de modo geral, exigem limpeza cirúrgica (drenagem de abscesso ou debridamentos) e o início imediato de antibioticoterapia. “Durante a limpeza normalmente é coletado cultura com antibiograma para identificação correta da bactéria presente na úlcera. E casos mais avançados podem exigir internamento hospitalar prolongado”, destaca.

Já as úlceras não infectadas de difícil cicatrização, vão exigir avaliação adequada da ferida. “Isso é feito pelo cirurgião vascular para a identificação de fibrina entre outras estruturas. Neste caso podem ser utilizadas pomadas que quebrem essa estrutura”, comenta. “Lembrando que o uso de fibrina em grande quantidade dificulta a cicatrização, sendo necessário limpeza cirúrgica”, alerta Dra. Fernanda.

As úlceras e feridas nos membros inferiores também requerem curativos especiais. Eles podem ser utilizados com o objetivo de manutenção da umidade, temperatura e pH. “Além de propriedades como a quebra do biofilme formado por bactérias e auxílio na formação de tecidos de granulação”, ressalta.

Segundo Dra. Fernanda, uma vez que são retirados os tecidos infectados e reduzidos os tecidos de inflamação, é possível passar para a próxima fase do tratamento, onde são utilizadas pomadas que estimulam a repitelização da pele (cicatrização do ferimento), com a formação de tecido de granulação, ou mesmo curativos especiais que contém todas estas características e aceleram o fechamento da úlcera.

Por fim, há as feridas muito extensas, para as quais podem ser indicados enxerto de pele, rotação de retalho ou mesmo enxerto de pele artificial.

De acordo com a cirurgiã vascular do Hospital da Nações, diante de quadros de úlceras e feridas em membros inferiores, o importante é lembrar que as úlceras crônicas de difícil cicatrização, de modo geral, devem ter alguma causa arterial, venosa ou linfática. “Mesmo outras causas sistêmicas, como as úlceras hipertensivas devem receber o diagnóstico e tratamento adequado no tocante às feridas”, comenta.