Graças à disseminação da informação, muitas mulheres já conseguiram vencer o câncer de mama por meio da prevenção, do diagnóstico precoce e dos tratamentos existentes. No entanto, a luta contra a doença está longe de ser vencida e não pode parar. Diversos estudos envolvendo cientistas do mundo todo são realizados todos os anos na busca pela cura da doença. A boa notícia é que já existem atualizações nas pesquisas com medicamentos que podem trazer um pouco de alívio para as pacientes.
No Brasil, uma novidade está sendo divulgada neste ano e tem trazido esperança, especialmente às pacientes em estágio avançado da doença. Recentemente, foi divulgado pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária o registro do medicamento abemaciclibe, indicado para o tratamento de pacientes adultos com câncer de mama avançado ou metastático, com receptor hormonal positivo e receptor do fator de crescimento humano epidérmico 2 negativo.
Segundo informações do site da FEMAMA – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, o Brasil é o primeiro país da América Latina a contar com esse medicamento como nova opção terapêutica, com previsão de lançamento até o final deste ano. Nos Estados Unidos ele foi lançado em 2017 e aprovado na Europa e no Japão em 2018.
De acordo com reportagem divulgada em março deste ano no site da instituição, o tratamento oral é indicado em combinação com um inibidor da aromatase (medicamentos que diminuem os níveis de estrogênio) como terapia endócrina inicial, em combinação com fulvestranto (medicamento que bloqueia os receptores de estrogênio e os elimina temporariamente) como terapia endócrina inicial ou após terapia endócrina. A publicação esclarece, ainda, que o medicamento também pode ser administrado sozinho, após progressão da doença depois do uso de terapia endócrina e quimioterápicos anteriores para doença metastática.
A reportagem da FEMAMA apresenta informações sobre o resultado positivo dos estudos, especialmente no tocante à segurança e eficácia de abemaciclibe como tratamento autônomo, visto que o estudo mediu o percentual de pacientes cujos tumores diminuíram total ou parcialmente após o tratamento.
Segundo especialistas entrevistados pela associação, esse resultado ocorreu porque o abemaciclibe é um medicamento que atua no bloqueio das enzimas envolvidas no crescimento de células com câncer. Ele é um inibidor das enzimas CDK4 e CDK6 utilizado para o tratamento do subtipo mais comum de câncer de mama metastático, chamado HR+/HER2- (receptor hormonal positivo/receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 negativo).