No verão todos querem aproveitar para descansar, se divertir e comer tudo o que tem vontade, não é mesmo? Se você é uma dessas pessoas, fique atento à escolha dos alimentos e dos locais em que fará suas refeições. É preciso cuidar com a higiene, especialmente, para não correr o risco de uma intoxicação alimentar.
A intoxicação alimentar é algo que deve ser considerado por todos. No Brasil não há dados oficiais recentes, mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) releva o problema mundial e crescente da intoxicação alimentar. Números de 2015 do órgão mostram que no mundo, anualmente, 582 milhões de pessoas adoecem e, destas, 351 mil morrem por ingerirem alimentos contaminados. As regiões mais afetadas são a África e o Sudeste Asiático. Mais de 40% dos doentes são crianças com menos de 5 anos. Estima-se que nos EUA ocorram 179 milhões de casos, desses 487 mil são necessárias hospitalizações e 6200 falecem por ano.
Mas o que é a “intoxicação alimentar”? Segundo Dr. Gileade Fagundes, médico de família e comunidade do Hospital das Nações, é o resultado da ingestão de água ou alimentos contaminados por bactérias ou suas toxinas, vírus, parasitas ou produtos químicos. Entre as bactérias mais conhecidas podemos citar a Escherichia Coli, Salmonella SP, Shigella, Clostridium Botulinum e Vibrio Cholerae. Dos vírus, temos o Rotavírus e o Norovírus.
“Os sintomas clínicos da intoxicação alimentar são as náuseas, vômitos e diarreia, de início súbito; entretanto, a perda de peso, a dor abdominal e as manifestações neurológicas também podem estar presentes”, explica o médico.
De acordo com o especialista, a boa notícia é que a maioria dos casos são leves, autolimitados e melhoram somente com medidas suportivas (controle dos vômitos e hidratação). Alguns casos tem potencial para agravar, podendo levar os pacientes a óbito.
Por isso, é preciso prevenir-se do problema e a melhor forma de prevenção, segundo Dr. Gileade, é consumir alimentos frescos, de origem conhecida e controlada. “Se houver dúvida sobre como foi preparado o alimento ou manipulado, deve ser evitado o consumo”, alerta. “Lembrando que no verão deve-se ter maior atenção a refrigeração adequada, já que as baixas temperaturas diminuem a velocidade de multiplicação das bactérias e da produção de suas toxinas”, orienta. “Para os vírus, além desses cuidados, há vacinação contra o Rotavírus, que já é contemplada no Calendário Vacinal fornecido pelo SUS”, informa o médico.