O nome é estranho e a dor causada por ele pode ser muito incômoda. Estamos falando do túnel do carpo, uma estrutura que se localiza nas mãos e recebe pouca atenção até começar a doer.
É nessa região das mãos que ocorre a Síndrome do Túnel do Carpo, como é nomeada pela medicina. “Todos nós temos o túnel do carpo, uma estrutura anatômica, mas quando ele tem pouco espaço e comprime o nervo temos a síndrome do túnel do carpo”, esclarece Dr. Ricardo Klempp Franco, especialista em Cirurgia de Mão e Microcirurgia Reconstrutiva do Hospital das Nações. “É uma compressão que ocorre com o nervo e os tendões no punho. Há uma dificuldade para fechar toda a mão, sensação de rigidez nos dedos (principalmente matinal) e alteração no tato que algumas pessoas percebem como formigamento, outras como queimação e outras como dor”, explica o médico.
Segundo Dr. Ricardo, a Síndrome do Túnel do Carpo pode aparecer a partir dos 30 ou 40 anos e as mulheres são as mais afetadas. “Nelas, a incidência é 10 vezes maior que os homens por questões hormonais”, afirma.
Para o diagnóstico da Síndrome do Túnel do Carpo, há diferentes caminhos, mas tudo começa com um exame físico no consultório, para uma análise dos sintomas. Mas há casos que podem exigir exames pontuais. De acordo com o médico, a eletroneuromiografia, o ultrassom e a radiografia podem ajudar no diagnóstico. “A eletroneuromiografia consegue quantificar o grau de compressão do nervo e ajuda a diferenciar de outras doenças neurológicas e compressões do nervo em outros locais (ex: coluna cervical). O ultrassom e a radiografia auxiliam a afastar outros problemas associados como calcificações e cistos que podem estar comprimindo o nervo”, comenta.
Além disso, exames da coluna cervical como a ressonância nuclear magnética e a avaliação de um especialista em coluna podem ajudar a afastar uma compressão cervical como origem dos sintomas. “Exames de sangue como provas de função tireoidiana, perfil reumatológico e outros auxiliam a excluir doenças reumatológicas associadas e por fim, no caso de sintoma somente no braço esquerdo, um eletrocardiograma de esforço, um teste de isquemia miocárdica ou uma avaliação cardiológica excluem uma angina ou pré-infarto como causa da dor”, afirma o médico.
O tratamento da síndrome vai depender da severidade da compressão. “Em casos leves, pode ocorrer somente o acompanhamento com uso de tala noturna, compressa de gelo e anti-inflamatórios via oral”, comenta o médico. “A fisioterapia é utilizada para diminuir a inflamação, alongar os tendões e diminuir o edema. A aplicação de anti-inflamatório injetável intramuscular ou intra-túnel do carpo e, por fim, o tratamento cirúrgico com a descompressão do nervo”, complementa o especialista.